sábado, 20 de março de 2010

Relato de Experiênica sobre o Trabalho na EJA

Em 2008, atuei como professor da Educação de Jovens e Adultos – EJA, na Escola Estadual Benedito Ferreira Calafiori em São Sebastião do Paraíso – MG lecionando as disciplinas de Sociologia e Filosofia no 2° e 3° período do Ensino Médio.

Lecionar na EJA é uma experiência simplesmente motivadora, apaixonante e empolgante. Faz-nos refletir constantemente sobre a nossa prática docente e nos leva a entender como a educação é uma transformadora da realidade que nos cerca.

No mesmo período que lecionei na EJA eu também lecionava na modalidade regular do Ensino Médio na mesma escola e as diferenças entre os alunos dessas modalidades é constatada dia a dia através de seus comportamentos, interesses, motivações e desejos.

Os alunos da EJA normalmente se interessam mais pelas aulas, demonstram maior compromisso e absorvem melhor o conteúdo estudado.

O rendimento dos conteúdos aplicados nas duas modalidades mostrou-se muito maior na EJA do que na modalidade regular, embora a carga horária seja menor.

Enquanto na modalidade regular se levava, por exemplo, praticamente 4 aulas para se estudar uma determinada unidade temática, na EJA o estudo da mesma unidade era realizado praticamente em 2 ou 3 aulas. O motivo desse rendimento maior na EJA é simples, os alunos da EJA possuem um comportamento que possibilita um melhor fluir ao trabalho docente e com isso a qualidade das aulas é ampliada e aprendizagem ocorre de forma melhor.

Eu já possuía uma experiência com a Educação de Jovens e Adultos atuando como professor da Educação Profissional Técnica de Nível Médio, porém no Ensino Médio a visão que temos do aluno é bem diferente, pois ali ele está aprendendo conhecimentos que ampliarão a sua visão de mundo e de sociedade.

É na EJA do Ensino Médio que podemos contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos educandos ao passo que vamos mostrando-lhes coisas que até então nem passava por suas cabeças.

Cada sorriso dos alunos ao entenderem os conteúdos aplicados, cada vitória alcançada nas atividades curriculares nos mostram o quanto que a educação é importante para eles e isso nos faz refletir sobre o modo como a maioria da juventude encara a educação de forma descompromissada e sem propósito.

Tive casos de alunos, na EJA de ensino médio, que acordavam as 05:00 para trabalhar e que nas suas obrigações escolares eram os primeiros a cumprirem os prazos dos trabalhos e possuíam as melhores notas nas avaliações e ao mesmo tempo era possível constatar alunos da modalidade regular que não tinha nenhuma ocupação profissional (possuíam tempo ocioso para estudar) e que nada faziam.

A EJA é uma modalidade educacional onde o professor é mais um facilitador da aprendizagem do que um transmissor de conhecimentos. Existe uma constante troca de experiências com aqueles que estamos dirigindo. Aprendemos com eles, somos motivados por eles e passamos a valorizar mais ainda a nossa profissão.

Minhas experiência profissional com a EJA foi simplesmente enriquecedora das minhas ações e práticas como profissional e como ser humano.

O estudo do curso de Aperfeiçoamento em Educação para a Diversidade e Cidadania da UNESP – Bauru, através da Universidade Aberta do Brasil possibilitou-me rever conteúdos e conceitos que são primordialmente importantes para a nossa prática profissional.

De um modo especial a unidade que mais me chamou a atenção foi justamente a EJA que é uma modalidade educativa, que a meu ver, é de suma importância para o desenvolvimento da nossa nação.

O curso como um todo superou as minhas expectativas e cumpriu com os seus objetivos de fazer com que nós, educandos, tivéssemos uma mudança de postura com relação à diversidade da sociedade em especial à diversidade na educação.

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